Carta ao Leitor

Virtudes – Coragem



A virtude de hoje dispensa maiores apresentações. A coragem é conhecida universalmente, é a grande qualidade dos heróis e, independente da cultura e do povo, é sempre exaltada e admirada.

Dentre suas características, duas merecem destaque. A primeira delas diz respeito à presença do medo. Sim, ter coragem pressupõe o medo de que as coisas não aconteçam como se gostaria. A ausência do medo, por si só, afastaria a necessidade de se agir com coragem e, assim, por mais destemida que pudesse parecer determinado ato, sem medo, não se poderia falar em coragem propriamente dita.

Além disso, muitos entendem que a coragem está muito mais ligada a atos que são realizados visando à realização de um bem para outro ser, e não para si próprio. Apenas pra que fique clara a idéia: alguém em situação de perigo de vida, cuja única saída seja mesmo lutar contra um imenso perigo, não pode, necessariamente, ser considerado corajoso, haja vista se tratar muito mais de uma atitude necessária, que tem como objetivo defender-se, do que de uma atitude na qual se teria uma segunda opção. É mais um ato desesperado, já que não existe possibilidade de outra escolha. Bem diferente seria o caso de alguém que, mesmo temendo o que possa encontrar, parte em defesa de outrem, um desconhecido, sem visar qualquer benefício próprio, buscando simplesmente afastar o mal que está sendo feito contra o terceiro. Neste caso sim, estaríamos diante de um ato heróico de verdade.

No ManagerZone, difíceis são as situações nas quais se enfrenta um perigo visando defender outros dirigentes. Normalmente, as atitudes são mais voltadas para o time do próprio dirigente, e por isso, são raras as situações que requerem coragem no sentido filosófico da virtude. Por se tratar de um jogo bastante individualista neste aspecto, ficam difíceis de serem mencionadas ocasiões onde se aplicaria a virtude da coragem. No entanto, apenas para não passar em branco, podemos mencionar situações nas quais a pessoa, visando um benefício próprio, tenta algo novo.

São raras, mas louváveis, as vezes em que se vê um dirigente, diante de uma partida difícil contra um forte adversário, ousar taticamente. Com as análises, por vezes, se percebe que não será possível obter uma vitória caso não se tente algo novo e, com medo da derrota, se tenta algo novo. Ok, podemos concordar que isso não trará benefício para terceiros, e por isso não seria uma coragem tão virtuosa assim. No entanto, não se pode deixar de pensar em uma atitude assim como uma atitude de coragem, na qual se tem que enfrentar um medo próprio para buscar uma saída para o problema (partida) que se aproxima.

Dirigentes que ousam taticamente, muitas vezes, o fazem por perceberem que sua tática inicial não terá tanta chance de êxito. Mas, a virtude de tentar algo novo, mesmo desconhecendo o que virá pela frente, demonstra, sim, uma certa coragem. E não há dúvidas: pelos fóruns afora, quando um dirigente ousa na forma de montar seu time e, dessa forma, alcança o sucesso, passa a ser bastante admirado por vários outros dirigentes, justamente por não ter se entregado ao que parecia ser o óbvio: a derrota.

Por isso, quando a situação estiver complicada, segue uma sugestão: Ouse! Tenha coragem! Passe por cima de seus medos e monte a tática que irá levá-lo ao resultado que pretende. Aos olhos de filósofos, isso até pode não ser tão corajoso assim, mas aos seus próprios olhos, e aos de alguns outros dirigentes também, pode vir a se tornar um momento de glória, digno de um herói.

Ótima semana a todos!

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