Copa do Mundo na TZ

Copa do Mundo



Continuando com nossa viagem ao passado, chegamos ao ano de 1950, a copa que foi jogada no Brasil! Após o término da Segunda Guerra Mundial, a Europa vivia uma crise profunda causada pelos efeitos da guerra, o que fez a FIFA alterar o local da Copa para um país da América do Sul. Como o Brasil foi o único candidato a sediar a copa daquele ano, ganhou a chance de fazer a primeira copa pós-segunda guerra.

Vale lembrar que os anos de 1942 e 1946 não tiveram copas do mundo justamente pela Segunda Guerra.





Eliminatórias



As eliminatórias para a Copa de 1950 foram cheias de surpresas. Primeiro porque o Japão e a Alemanha, tanto Oriental quanto Ocidental, não tinham permissão para competir, por não serem vinculadas a FIFA. Esta também foi a primeira copa que teve participação de equipes britânicas. Em 1949, foi feita uma eliminatória entre os países do Reino Unido, que terminou com a Inglaterra em primeiro e a Escócia em segundo, assim, ambas garantiriam o direito de jogar a Copa no Brasil. Porém, houve um fato inusitado. A Escócia se recusou a jogar a copa por ter ficado em segundo lugar nas eliminatórias e porque não viam motivo de jogar uma competição que contasse com a Inglaterra.


Além disso, Turquia e Índia também desistiram após se classificarem, por diversos motivos, como falta de verba para custear a viagem da delegação, e até a proibição de jogar sem chuteiras, no caso da Índia. França e Portugal foram convidados a completar as vagas abertas, mas também recusaram o convite feito pela FIFA. A França inicialmente iria jogar, mas reclamou após o sorteio dos grupos que seus jogos teriam uma distância de quase 3.000 quilômetros, o que gerou um impasse com a CBD (Confederação Brasileira de Futebol). Os franceses deram o ultimato de que não viriam para a Copa se isso não fosse mudado, e a federação brasileira resistiu. Com isso, das 16 equipes originalmente previstas, apenas 13 jogaram a copa.


Grupos



A copa de 1950 contava com 4 grupos, sendo dois grupos com 4 equipes, um grupo com 3 e um grupo com apenas 2 equipes, grupo este de onde saiu a campeã do torneio, a celeste uruguaia. O Brasil estava no Grupo 1, que contava com Iugoslávia, Suíça e México. Com duas vitórias e um empate, o Brasil se classificou tranquilamente para o quadrangular final, juntamente com Espanha, Suécia e Uruguai, primeiros colocados de seus grupos.

Um fato curioso é de que o Uruguai só precisou de uma partida para se classificar para o quadrangular final, uma goleada de 8x0 contra a Bolívia.


Quadrangular Final



Nesta copa, não houve jogos em sistema de mata-mata. Os primeiros colocados passavam para um quadrangular final, e o primeiro colocado após a realização de 3 jogos seria o campeão. Após a realização de 2 jogos, o Brasil era o primeiro colocado com 2 vitórias, sendo as duas por goleada (7x1 na Suécia e 6x1 na Espanha), enquanto o Uruguai contava com 1 vitória e 1 empate (empate com a Espanha por 2x2 e vitória em cima da Suécia por 3x2).

Sendo assim, o jogo final entre Uruguai x Brasil era a tão aguardada "final", com vantagem do empate para os brasileiros.


"Maracanazo"






Enfim chegou o grande dia da final. Quase 200.000 presentes no Maracanã, naquele que seria o maior público da história do futebol (em presentes, porque em pagantes, um jogo da eliminatória de 1970 entre Brasil x Paraguai superou o número de aproximadamente 170.000 pagantes do jogo de 1950).

O Brasil, que vinha com campanha excepcional, era o grande favorito, não só por isso, mas também por jogar em casa com o apoio de uma massa que gritava ensurdecidamente. O Maracanã tremia.

Após um primeiro tempo em que o Brasil sufocou o Uruguai com inúmeras chances de gol, veio aos 47 minutos o gol de Friaça, abrindo o marcador em 1x0 para o Brasil. Maracanã em festa, até porque, a vantagem do empate era brasileira, sendo assim, a vantagem era enorme até aquele momento.

Porém, 20 minutos depois, Schiaffino deu um chute fulminante em direção ao gol do goleiro Barbosa, que nada pôde fazer. O jogo estava empatado.

Eis que, aos 79 minutos, Ghiggia, o carrasco brasileiro, não deu chances ao goleiro e decretou a virada uruguaia. Maracanã em silêncio. 200 mil pessoas e se ouvia apenas alguns gritos. O favorito ao título acabava de ser derrotado em sua própria casa. Um trauma que os torcedores jamais esqueceriam.

A seleção de 1950 tinha potencial para ser considerada uma das melhores da história do Brasil, caso ganhasse o título. Ademir foi um dos principais jogadores, sendo o artilheiro da competição com 9 gols marcados. A seleção que tinha como base o "expresso da vitória" do Vasco da Gama jogava um futebol muito eficiente. Mas, quis o destino que o Uruguai fosse bicampeão da competição, marca que perdura até hoje.

Na próxima edição, teremos um pouco mais sobre a copa de 1954. Até a próxima!
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