Copa do Mundo na TZ

Copa do Mundo de 1970 no México





Nosso segundo hino

Pra frente Brasil, composta por Miguel Gustavo para inspirar a seleção brasileira na Copa do Mundo FIFA de 1970, foi cantada pelo país na euforia ufanista gerada pela primeira transmissão ao vivo de uma Copa, e tornou-se hino desta edição, para os brasileiros.

Noventa milhões em ação
Pra frente Brasil, no meu coração
Todos juntos, vamos pra frente Brasil
Salve a seleção!!!

Eliminatórias

Nas eliminatórias, o Brasil deu show: foram seis vitórias em seis jogos, e marcou 23 gols (média de 3,8 por jogo). Parecia que tudo iria ocorrer bem no México, e veríamos o sucesso canarinho novamente, algo que não acontecia desde 1962. Mas, resultados ruins na preparação para a Copa, desentendimentos, e contestações de Saldanha com relação aos seus jogadores como “Gérson não tem espírito de seleção”, “Tostão teve um deslocamento de retina, não pode mais jogar” e “Pelé está ficando cego(!)” foram só alguns. Tais fatos levaram à sua demissão, e o inexperiente Zagallo assumiu o comando. Quando chegou, o Velho Lobo tinha em mãos uma seleção pronta, que só precisava de treinos corretos, principalmente com enfoque na altitude, que traria muito desgaste físico aos atletas no México. Dito e feito. A seleção se preparou como nunca, treinou muito, e chegou ao país da Copa tinindo, sendo considerada, depois, como a seleção mais bem preparada fisicamente do mundial.

Os convocados





FÉLIX: natural de São Paulo, foi revelado pela Juventus da capital e foi ídolo na Portuguesa e no Fluminense. Fez duas defesas espetaculares na Copa. Uma contra a Inglaterra aos 12 minutos, uma defesa a queima roupa, e outra contra o Uruguai aos 40 do segundo tempo quando o Brasil vencia por 2x1 com uma cabeçada no canto de Luis Cubilla que mais pareceu um chute, mas defendido por Félix.

PIAZZA: natural de Ribeirão das Neves, é o maior zagueiro da história do Cruzeiro, sendo seu único clube e digno de parar o Pelé no confronto contra o Santos em 1966.

BRITO: considerado um dos melhores jogadores daquela copa, passou 10 anos no Vasco, mas justamente em 1969-70 jogou pelo Flamengo e depois ainda jogou por Cruzeiro, Corinthians, Botafogo e Atlético-PR.

CARLOS ALBERTO TORRES: carioca e revelado pelo Fluminense, foi um dos grandes laterais do Santos e da seleção na época.

EVERALDO: natural de Cachoeira do Sul, jogou a carreira toda pelo Grêmio. A estrela dourada no escudo do time é justamente uma homenagem a ele.

CLODOALDO: natural de Itabaiana, jogou por 14 pelo Santos e era o grande volante daquela época, sendo o suscessor natural de Zito na seleção brasileira.

GÉRSON: o Canhotinha de Ouro, foi campeão pelo Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense

RIVELLINO: um dos destaques ofensivos daquela seleção, foi ídolo do Corinthians onde era apelidado de "Reizinho do Parque", e também se destacou pelo Fluminense.

PELÉ: o rei fez da copa de 70 o seu último mundial. E que mundial. Depois de brilhar por uma década inteira no Santos, Pelé foi a grande estrela da Copa, protagonizando lances geniais, jogadas maravilhosas, e, claro, gols magníficos.

TOSTÃO: foi um dos maiores meias/atacantes do futebol brasileiro nas décadas de 60 e 70, e teve papel decisivo na conquista do tricampeonato. Dono de uma técnica apurada e visão de jogo formidável, Tostão só não fez chover naquele mundial. Encerrou a carreira precocemente aos 26 anos, por uma inflamação na retina. Brilhou no Cruzeiro, onde é considerado seu maior jogador e atuou pelo Vasco.

JAIRZINHO: foi o “Furacão da Copa” ao anotar gol em todas as partidas da competição, feito único até hoje. Mesmo com tantos gols, o artilheiro daquele mundial foi o alemão Gerd Müller, com 10 tentos. Mas Jairzinho foi mais decisivo, ao marcar o gol da vitória contra a Inglaterra e estufar as redes contra Peru, Uruguai e Itália. Brilhou no Botafogo e no Cruzeiro.

Grupo do Brasil

O Brasil caiu logo de cara no grupo da morte daquela competição, onde enfrentaria a rival da final de 1962, a forte Tchecoslováquia, a atual campeão mundial, Inglaterra e para fechar, a Romênia.
Todos os jogos do Brasil foram na cidade de Guadalajara, no Estádio Jalisco. Apenas na final o Brasil jogou na Cidade do México, no Estádio Azteca.

Brasil 4 - 1 Tchecoslováquia

A seleção entrou com a base mostrada na tática, apenas com Paulo César no lugar de Gérson no segundo tempo.
O Brasil sofreu o primeiro gol logo aos 11' com Petras. Rivellino empatou aos 24'. Pelé virou no inicío do segundo tempo e Jairzinho marcou 2 tentos para completar a goleada.
O famoso gol de meio-campo que Pelé não marcou foi justamente nessa partida.

Brasil 1 - 0 Inglaterra

Foi o clássico jogo entre Bobby Moore x Pelé e também de Gordon Banks x Pelé, considerada por muitos a maior defesa da história. Mas aos 14' do segunto tempo em jogada de Tostão para Jairzinho, o furacão marcou o gol da vitória.
O time base foi mantido, apenas com a substituição do atacante Roberto pelo Tostão no segundo tempo.

Brasil 3 - 2 Romênia
O Brasil já estava classificado, mas queria a vitória para continuar jogando no Jalizco. Iniciou a partida com Paulo César no lugar de Rivellino e nas substituições, Marco Antonio entrou no lugar de Everaldo e Edu no lugar de Clodoaldo.
Logo no começo do jogo, Pelé e Jairzinho fizeram 2x0, mas Dumitrache diminuiu. No segundo tempo, Pelé marcou o 3x1 e Dembrowski fez para a Romênia.
Com a vitória da Inglaterra de 1x0 sobre a Tchecoslováquia, a equipe inglesa passou de fase.

Quartas de final

Uruguai 1 - 0 União Soviética

Itália 4 - 1 México

Alemanha Ocidental 3 - 2 Inglaterra

Brasil 4 - 2 Peru

O primeiro confronto na segunda fase foi contra o surpreendente Peru, de Cubillas. Aquela seleção é a melhor já formada pelos peruanos na história, havia eliminado a Argentina, e foi comandada por ninguém menos que Didi, gênio do futebol Brasileiro e astro do time bicampeão mundial em 1958 e 1962.
O Brasil começou com Marco Antonio como títular pela esquerda. No decorrer da partida, Paulo César entrou no lugar de Gérson e Roberto no lugar de Jairzinho.
Foi a partida que Tostão marcou seu primeiro gol na Copa, e marcou logo dois. Rivellino e Jairzinho fizeram os outros. Cubillas marcou nessa partida.

Semifinal

Itália 4 - 3 Alemanha Ocidental

Um dos maiores jogos da história dos mundiais. A partida permanecia 1 a 0 para a Itália até os 90 minutos, quando Karl-Heinz Schnellinger empatou a partida e levou a decisão para a prorrogação. Nessa prorrogação, ambas as seleções protagonizaram uma sucessão de viradas de placar até que a Itália firmou a vitória em 4 a 3. Esta partida é tida como a única em todas as Copas a ter 5 gols feitos na prorrogação.
No primeiro tempo da prorrogação, a Alemanha virou o jogo com Müller, mas Burgnich e Riva anotaram para a Itália 3x2. No segundo tempo da prorrogação, Müller empatou o jogo, mas no minuto seguinte Rivera marcou o gol da classificação.

Brasil 3 - 1 Uruguai

Quis o destino que aquela grande seleção tivesse um desafio emocional pela frente: enfrentar, pela primeira vez em copas, desde a fatídica final de 1950, o Uruguai. E o jogo foi difícil. As equipes começaram cautelosas, se estudando. E o Uruguai saiu na frente com Cubilla, após passe de Morales, num gol meio que sem querer, após o chute do uruguaio sair meio que torto. Com a liderança no placar, o Uruguai cozinhava a partida, não deixava o Brasil jogar. Foi então que Zagallo mexeu na maneira do time jogar, recuando Gérson e liberando Clodoaldo ao ataque. Deu certo, o santista empatou, e deu mais tranquilidade ao Brasil. No segundo tempo, o Brasil virou, após ótima jogada do trio de ouro Pelé-Tostão-Jairzinho, com este último fuzilando pro gol. O Brasil ainda faria mais um com Rivelino, fechando o placar em 3 a 1. Fantasma enterrado, e passaporte carimbado para a final, no estádio Azteca.
Foi nesse jogo que Pelé novamente protragonizou um quase golaço, com uma finta de corpo sobre o arqueiro Mazurkiewicz.

FINAL - Brasil 4 - 1 Itália

Brasil e Itália é um dos maiores clássicos do futebol mundial. E ambos, então bicampeões mundiais, duelaram pela posse definitiva da taça Jules Rimet. De um lado, o talento e o brilho do Brasil de Jairzinho, Pelé, Tostão, Gérson, Rivelino. Do outro, exímios defensores de técnica absoluta e atuais campeões europeus, como Cera, Facchetti e Burgnich, além de Rivera e Luigi Riva. Era o jogo perfeito para encerrar uma copa perfeita, com o melhor nível técnico de todos os tempos. Mas, parece até que não avisaram o Brasil que era um jogo final... a seleção não tomou conhecimento dos italianos e exibiram um futebol vistoso, alegre, preciso, rápido, elegante, lindo. O Brasil abriu o placar com um golaço de Pelé, de cabeça, após subir quase um metro de altura para marcar 1 a 0 (em um lance que deixou o “beija-flor” Dadá Maravilha com um pouco de inveja...). A Itália empatou com Bonisegna, graças a falha do goleiro Félix. Mas, no segundo tempo, o Brasil deu seu show. Gérson fez 2 a 1 com um petardo de sua canhota de ouro.

O terceiro saiu após passe preciso de Gérson para Pelé, que deixou Jairzinho livre para marcar seu sexto gol na copa. O último gol... ah... o último gol... foi simplesmente uma obra prima do futebol arte e coletivo, daquelas que você vê, volta, vê de novo, volta, vê em câmera lenta, e assim sucessivamente. A jogada começa lá na defesa, com Clodoaldo driblando QUATRO jogadores italianos, e tocando na esquerda para Rivelino. O craque lança Jairzinho, que dribla Facchetti e passa para Pelé. O rei, sem olhar, antevê a corrida na direita de Carlos Alberto. Com um passe sutil e açucarado como quem diz “toma, faz o seu e fecha a conta”, ele rola para o melhor lateral direito da história encher o pé: 4 a 1. O estádio enlouquece, o México enlouquece, o Brasil enlouquece, o mundo enlouquece: Brasil tricampeão de futebol. O futebol, naquela tarde, nunca ficou tão emocionado e feliz.




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